o fim da ausência (The End of Absence)

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Já faz alguns anos que saio por aí proclamando o fim do tédio é o quanto isto é ruim, apesar de soar como uma coisa boa. Agora me deparo também com o fim da ausência em The End of Absence, um conceito apresentado por  Michael Harris sobre a falta da falta, mais uma maneira de enxergar esse nosso tempo onde tudo está cada vez mais disponível (não necessariamente em sua melhor forma, mas disponível).

A premissa é a seguinte: se você nasceu antes de 1985, você faz parte de um clube muito especial: a última turma do planeta que viveu SEM e COM internet. Qual a vantagem disso? Nenhuma, não se trata de haver uma vantagem nesse fato, apenas uma característica de um grupo de pessoas que são as únicas e últimas que de fato viveram essas duas realidades e puderam experimentar dois mundos que já são bem diferentes, principalmente em termos de disponibilidade – principalmente de entretenimento e de feedback coletivo.

Eu costumo dizer que somos a geração mais maluca porque estamos com um pé no pier e o outro no barco. A turma pós 85 já nasceu à bordo. E a do pier… bom, tão morrendo, fazer o quê. Mas nós da geração da transição ainda temos como comparar ganhos e perdas baseados em experiências próprias, conseguimos enxergar com mais clareza o que ganhamos e o que perdemos porque somos, de fato, os únicos que realmente foram acrescentados ou diminuídos de alguma coisa. E, quem sabe, heroicamente, tentar colaborar para um mundo onde a gente possa ganhar o máximo e perder o mínimo, quantitativa e qualitativamente.

Enfim, essa viagem acima é apenas minha, baseado no ponto de partida do livro do Michael Harris, mas é um assunto fascinante e que merece ser degustado com carinho. Principalmente por nós, a geração ensanduichada.

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