Sem spoilers – No ano de 2016 o Netflix colocou no ar a terceira temporada de Black Mirror e o primeiro episódio foi chamado de Nosedive – ou Queda livre. Basicamente, o episódio retrata a vida de pessoas, em especial a jovem Lacie, que sobrevive às custas dos seus scores nas redes sociais, o que faz com que suas ações estejam sempre voltadas à agradar aos outros em detrimento do seu status social e dos “benefícios” que sua pontuação proporcionam.
Saindo da ficção, é inconcebível viver sem interação social digital. É a forma mais rápida de enviar mensagem, transpor uma ideia, conversar com um amigo distante, realizar distribuição em massa e até chamar um taxi.
Por falar em taxi, dia desses fui usar o Uber e vi que havia sido presenteado com o Uber Vip, que se tratava de um perfil exclusivo para usuários e motoristas com mais de 4,5 pontos, pelo menor preço. É, somos avaliados pelo motorista, assim como avaliamos o serviço prestado e isso gera um ranking que nos traz benefícios. Qualquer semelhança do app com a ficção de Black Mirror, talvez, não seja mera coincidência. Já está acontecendo!
As redes sociais se tornaram um meio – se não o melhor meio – de propagação de informação e análise de costumes. Repare que estou falando apenas de quantidade de distribuição de conteúdo e não de qualidade – isso é assunto para outro momento.
Quanto vale um like
Os likes – e dislikes – fazem toda diferença. Quando você posta uma foto e recebe centenas de curtidas seu cérebro responde com alegria, o que o deixa eufórico e com vontade de postar mais e mais. Agora, se você não recebe um like alguns minutos após a postagem, o primeiro pensamento que lhe vem à cabeça está relacionado à uma descurtida ou ignorada.
Precisamos da validação sobre aquilo que fizemos ou estamos fazendo. Nossos contatos se tornaram o termômetro da nossa vida nas redes. E essa relação pode ser saudável e cheia de benefícios pessoais e até mesmo profissionais.
O maior problema é quando isso se torna uma dependência e a busca pela aceitação de uma condição ou ação que – não necessariamente – interessa e motiva o outro gera a exclusão de contatos, bloqueios e a famosa “lavagem de roupa suja” no feed.
As redes surgiram para serem leves, interessantes, integrantes, inteligentes e não manipuladoras do nosso comportamento social.