Estratégias oblíquas e como frustrações e adversidades podem despertar nosso potencial criativo.

Quem usa a criatividade como seu ganha pão sabe o quanto tememos o fantasma do bloqueio criativo. Ele vem sem avisar, geralmente decorrente de alguma frustração pessoal, amorosa, profissional ou de um briefing bem meia boca (quem nunca, né?) e atrasa demais todo o trabalho.

Nessa palestra do TED, o jornalista e economista Tim Harford nos conta diversas histórias, com exemplos bem legais, de como podemos usar as adversidades ao nosso favor, simplesmente por aceitá-las.

Dentre todas as dicas que ele nos dá, uma delas eu posso afirmar que realmente funciona: As estratégias oblíquas, de Brian Eno.

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Se você não é muito inteirado no que rola no mundo da música, talvez nunca tenho ouvido falar de um cara chamado Brian Eno, mas certamente já curtiu muito de seu trabalho por aí. O músico, compositor e produtor musical foi responsável por grandes álbuns ao longo de sua carreira, como a chamada “Trilogia de Berlim” do David Bowie e o Viva la Vida or Death and All His Friends, do Coldplay.

Em 1975, Eno e o pintor Peter Schmidt desenvolveram um “mind-game-dadaísta” chamado Estratégias Oblíquas (Oblique Strategies – Over One Hundred Worthwhile Dilemmas), que visa ajudar no processo de criação através do “choque”.

O jogo consiste em cartas com instruções (geralmente bem abstratas), usadas quando existe algum impasse ou discordância criativa, “obrigando” os envolvidos a saírem da zona de conforto e procurarem por novas inspirações através de situações adversas e disruptivas. Algumas das cartas sugeriam, por exemplo, troca de instrumentos entre os membros das bandas; descartar a parte mais importante do processo e refazê-lo de um novo ponto de vista, dentre outras… Como já dá pra imaginar, o jogo não agradou à todos, mas os resultados foram muito positivos e acabaram inspirando não só os artistas com quem Eno trabalhou.

A banda Phoenix, por exemplo, comprou seu próprio baralho e usou na produção do álbum Wolfgang Amadeus Phoenix, além de muitos designers, escritores e criativos ao redor do mundo que entraram na “brincadeira”.

Por não ser tão acessível, foram desenvolvidos aplicativos e alguns sites onde você pode sortear sua estratégia, como por exemplo o do designer de interação Josh Harrison. O baralho físico está em sua quinta edição e você pode adquiri-lo aqui.

Infelizmente não encontrei nenhuma versão em português, mas as instruções costumam ser bem simples, então vale tentar!

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