O (Novo) Normal

No futuro, os dias serão praticamente iguais os de hoje, com excessão dos dias de ontem.

O “novo” normal, independente do debate se vamos ou não aprender algo com a pandemia, é um fato. Que podemos chamar somente de normal, afinal, o que criamos e nos adaptamos se torna o nosso cotidiano. Mas a mudança que já está acontecendo é uma realidade, é o que está acontecendo em nossa vida atual, e agora vamos fazer o exercício sobre o que faremos para manter o máximo possível do que existia até aqui.

Essas mudanças terão impacto nos hábitos do que criamos de acordo com nossa realidade, nossa bolha, nosso aprendizado… Coisas pequenas, que terão grande impacto no dia a dia, vão mudar por necessidade de saúde mental e física, e pela necessidade da construção de um meio ambiente que funcione nos padrões que já existiam, e não deixará de existir… Contanto que se readapte.

Veja, o debate hoje é o como vamos lidar com um vírus que não temos ainda qualquer conhecimento que confirme:

  • Se tiver contágio da doença, quanto tempo de imunidade terá.
  • Como a doença se desenvolve em crianças.
  • Como será, caso a pessoa se infectou em um país e contrair outra mutação do vírus em outro país.
  • Qual a real capacidade de mutação do vírus após passar pelo ser humano.
  • Se os remédios e/ou vacinas realmente vão funcionar, por quanto tempo.
  • Se o vírus, como já aconteceu no passado, simplesmente vai desistir do ser humano e sumir sozinho – por nossa pura sorte.
  • Se o vírus vai criar sub-doenças-problemas ou abrir a porta do corpo humano para doenças antigas.

A realidade é que, sequer estamos evoluídos a ponto de eliminar qualquer tipo vírus e muito menos curar as pessoas que contraíram eles, podemos tratar, tentar erradicar, mas curar… Ainda não chegamos lá ainda. Veja a duração de algumas das demais pandemias:


Spanish flu | Gripe espanhola

  • Duração: Jan de 1918 até Dez de 1920
  • Waves: Três.
  • Última ano de atualização do estudo do vírus: 2018

Bubonic plague | Peste bubônica

  • Duração: 224 (BCE / A.C.) até hoje.
  • Waves: Três, com destaque para a segunda, de 1347 e 1352.

São dois exemplos históricos sobre o quanto ainda precisamos aprender sobre os vírus. Cada uma dessas doenças são mutações já de suas versões originais, foram evoluindo com o tempo e se readaptando a nós, como a INFLUENZA que faz parte da família das gripes mais populares e que tem picos de gravidades como a Gripe Aviária (H5N6) e Gripe Suína (H1N1).

Tivemos ao menos dezessete grandes acontecimentos de pandemias no globo que vem desde épocas do Egito e Grécia, até hoje, e cada um delas nos exigiu mudar drasticamente nossos hábitos para readaptar e sobreviver. Assim é a natureza humana e assim deve se seguir com ou sem tecnologia. Independente da nossa evolução ou não, a ação para sobrevivência vai falar mais alto e destacar claramente o nosso nível de evolução atual. Evoluir conscientemente com isto ou não, é uma decisão de impacto individual que precisa inspirar um grupo, e assim todos ao seu redor.

Era uma vez…

Não existe o “voltar ao normal”, não existe o “vamos sair dessa“, não existe o “assim que tudo isto acabar“. Existe o “vamos superar isto”, existe o “vamos precisar lidar com o que estiver a frente”, e existe o “vamos continuar com nosso eterno adaptável normal”. Acredite ou não, nossa capacidade criativa para lidar com o perigo nos permite evoluir organicamente, sem qualquer necessidade de planejamento ou debate desnecessário.

E para nossas criativas soluções para o que existe precisaremos sempre de dados, dados, dados e dados. Não existe um futuro claro sem dados claros. Não podemos tomar ações drásticas sem entender o cenário de modo honesto para todos. Um exemplo da importância de dados e informações, e histórico das mesmas, está neste vídeo da SkyNews que mostra claramente comparativos com diversas pandemias da história, conseguem identificar óbitos para COVID-19 e quais não são e, aos poucos, enxergam o que precisam entender para conseguirem dar os próximos passos.

Precisamos de dados não para gerar pânico, mas para criar oportunidades de soluções e tranquilidade sobre o que vem pela frente, e nos prepararmos, adaptarmos e continuar nossa existência.

OK, o que deve mudar?

O que seria tudo isto dentro de uma visão pragmática? Fiz um exercício bem simples e prático de coisas que podem, devem ou não acontecer já partindo dos próximos dias. A ideia é permitir que você pense nas comodidades e ações da sua vida e dia a dia, pense também no que precisa mudar para sua segurança.

Máscaras all around: Na rua, terão que ser obrigatórias, ao menos, até sair a primeira vacina. Governos deverão ofertar acesso para quem não puder comprar. Controlar o valor das máscaras que já eram bem acessíveis.

Offices

  • Escritórios: Revisar distanciamento físico dentro dos locais, considerar apenas fluxos de ar natural, jamais ligar o AC. Readaptar as reuniões para teleconferências mesmo quando todos estão nos escritórios ou não. Reunião presencial, somente em extrema necessidade e confidencialidade da informação. 
  • Ainda nos locais públicos: Higiene das áreas comuns deverão ser constantes até 5x ao dia, e todos envolvidos terão que ajudar a manter. Ofertar álcool, gel, máscara. Sabonetes em líquido, sempre com reposição, e exigir lembretes para todos de fazer a lavagem obrigatória das mãos a cada 3h-4h no mínimo.
  • Evitar acesso de estranhos ao local de trabalho. Prédios deverão determinar locais de entrega, seguros para ambos os lados. O principal acesso ao prédio, casa ou qualquer que seja o local deve ser constantemente limpo, os funcionários responsáveis pela segurança e manutenção terão que ganhar a responsabilidade de supervisão coordenada para garantir tudo sempre higienizado.
  • Elevadores precisarão revisar a quantidade aceita de pessoas, a depender do espaço disponível, terá que ser de 2 pessoas até 5, no máximo (nos elevadores de maior espaço de distanciamento) – sempre de máscara.
  • Empresas devem considerar a rotação de funcionários, aceitar o mínimo de 50% dos funcionários em casa, e fazer rotação por semana, jamais por dias. Por semana é o controle ideal para caso alguém não se sentir bem, ou identificar uma febre, e já começar a se cuidar, além de ficar em monitoramento.
  • Funcionários com mesa – com ou sem rotação -, precisarão deixar limpo sempre no final do dia. Aparelhos utilizados para o trabalho terão que contar com higienização constante – Mouse e Teclado especialmente, por conta da empresa, sempre no começo e final do dia.

On Street

  • Carros precisarão de constante limpeza e higiene. Se for de família, evitar ao máximo permitir pessoas que não tem costume, de ter acesso ao carro.
  • Carros compartilhados deverão restringir o uso de AC, janelas sempre abertas. Carona compartilhada ou carro compartilhado, a regra será higiene antes e depois de utilizar o carro. Uso de máscaras sempre obrigatórias, e luvas são indicadas.
  • Transporte Público: Obrigação no uso de máscara, não aceitar quem não tiver. Governo terá que fazer a oferta de máscaras para quem não tiver acesso. Maior fluxo de oferta dos carros, controle de quantidade de pessoas nos carros ou vagões, limpeza constante (3x a 5x ao dia),  usuários terão que cogitar o uso de luvas, e sempre com fluxo de ar natural constante.

On School

  • Escolas precisam ser repensadas, é um risco aceitar qualquer sala de aula com mais de 10 alunos, em diversas classes e ao mesmo tempo. Impossível exigir 4 horas seguidas de ensino e, mais ainda, os horários de entrada e saída fixa de até 3 alternativas. Assim como escritórios, a escola terá que ponderar 50% do total de alunos por vez, e terão que revisar horários de entrada e saída para não criar aglomerações e fluxos de pessoas nos portões principais, corredores e salas de aula.
  • Precisarão oferecer aulas no estilo de oferta e demanda, revisar o trabalho curricular dos professores, e esses readaptarem o modelo de ensino para a realidade, atendendo a maior demanda de alunos, com maior controle possível, seja no modo EAD ou físico.
  • EAD, no formato atual, não está funcionando completamente ao redor do globo. E no Brasil é irrealista aplicar o modelo por todo este ano, por dezenas de motivos, incluindo falta de acessibilidade.
  • O Governo Federal deverá fazer readaptação de locais como centros culturais, bibliotecas, teatros, igrejas, e similares, para criar centros de conexões e atingir o máximo de crianças possíveis. Esses lugares deverão ser abertos apenas para alunos, continuamente higienizados, com pessoas de apoio, e acesso a internet (boa e fixa) para os alunos terem as aulas de acordo com sua agenda, não passando por uma rotação maior do que 2 horas.
  • Educação Física precisa se reinventar, e aplicar também a saúde mental. Professores acostumados com quadras devem readaptar para a realidade do espaço de cada um, se informarem pela média de espaço da criança e como essa poderá se manter em dia com o corpo, e ensinar a lidar com a realidade lá fora. – Poderão criar momentos para juntar não além de 5 crianças por vez, para fazer exercícios em quadra (apenas abertas e com grande fluxo de ar). – Lembre-se, exercício físico tem transmissão garantida 100% sem contar a necessidade maior de espaçamento entre uma pessoa ou outra.
  • Ensino básico, fundamental e médio, seja qual for, terá que rever seu modelo, seu currículo, os livros e estratégia. Não funciona mais do jeito que está e já está em colapso no Brasil.

Este é só um pouco do pensamento amplo de tudo que pode ou precisará ser revisto e aplicado, sem contar com supermercados, feiras de rua, comércios em shoppings, cinemas, faculdades, teatros, eventos comemorativos, locais de adoração, viagens, aeroportos e tanto mais. Lembre-se: São puros exercícios, não o que deve acontecer necessariamente. Eu disse no começo que seriam coisas pequenas, e um montante de coisas pequenas se transformam em uma grande mudança para as próximas gerações.

Até ajustarmos tudo isto, será um longo tempo, mas quanto mais rápidos, e individualmente nós começarmos já a fazer cada ponto, mais rápido toda a sociedade vai adaptar, superar e evoluir com tudo isto.

E você, como vê o amanhã?

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