Share Your Music | O novo business da música

Mais um episódio da nossa série “Share Your______”. Série em parceria com a cerveja SOL sobre economia criativa. Nos oito episódios da série (este é o quarto), você conhece pessoas que decidiram seguir caminhos diferentes, livres e que estão fazendo sua parte para construir um mundo com mais propósito.

Confira o episódio sobre “O novo business da música”:

https://www.youtube.com/watch?v=jzM7F-LgTLg&index=4&list=PL_YWbfkPIp8A83H4DlujXTmmV3HioInXf

O contexto digital trouxe uma facilidade enorme para a produção e distribuição de música independente. Para o público final, as vantagens ficam cada vez maiores: hoje, graças aos aplicativos para smartphones, o processo de encontrar uma música nova, ouvi-la e salvá-la em uma playlist própria não leva mais do que poucos minutos. Mas é claro que, para quem faz essa música, compositores e intérpretes, a história não é assim tão vantajosa.

O modelo de negócios que rege o mundo da música claramente precisa ser repensado dia após dia – e não só ele, aliás. Livros, programas de televisão, revistas e jornais são só alguns exemplos de negócios que também precisaram se reinventar diante do crescimento (e massacre) do meio digital. Hoje, para um músico, lançar um CD físico e colocá-lo à venda nas lojas do país inteiro está longe de ser seu maior objetivo, afinal, não é isso que vai trazer renda e deixá-lo, de fato, “viver de música”. Mas, então, de onde virá esse impulso inicial que vai trazer a visibilidade e retorno financeiro dos quais os músicos tanto precisam?

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Patrícia Palumbo, da Rádio Vozes, afirma sem medo que se aliar a uma marca é, sim, uma opção viável para o artista diante dessa questão. Se antes o que dava credibilidade ao trabalho dele e o fazia ganhar espaço era carregar consigo o selo de uma gravadora renomada, hoje esse papel é muito bem feito pelas marcas. Para ela, é urgente que os músicos quebrem essa ideia de que trabalhar em parceria com uma marca é “se vender para o sistema”. A música, no fim das contas, não é um serviço que você presta para o público? Então por que ganhar com essa venda seria errado?

Para Thiago Pinto, planejamento estratégico da Loop Reclame, o artista tem que entender o atual momento e encarar esse novo business da música com uma visão mais aberta, entendendo que é uma fonte de renda ética e não necessariamente um ato que acabe com a identidade artística dos músicos. A condição, para ele, é encontrar a marca certa, de valores, ideais e públicos que se assemelhem aos do artista. “A marca, hoje, dá o que antes a gravadora proporcionava: mídia”, completa.

Paulo Calia, produtor executivo da ybmusic, fala da cantora Juliana R para comprovar essa teoria. Juliana cedeu os direitos autorais de uma música sua para um comercial da Microsoft de apenas trinta segundos de duração. “Para ela, esse contrato rendeu mais lucro do que a venda de vinte mil CDs físicos renderia”, revela. E, além dos cifrões, a parceria fez mais do que isso: fez com que a música dela, independente e até então restrita a um nicho muito pequeno, atingisse um público mil vezes maior e mais abrangente.

A própria publicidade está se renovando. De outdoors a anúncios nos jornais, passando pelas propagandas nas revistas, nas rádios e na televisão, as marcas viram a mídia mudar radicalmente nos últimos anos e correram para se adaptar. Hoje, dependendo do público que se pretende atingir, ter seu produto mostrado por cinco segundos por um youtuber bombado pode trazer muito mais visibilidade – e lucro – para a marca do que um comercial de um minuto na televisão ou um anúncio na contracapa de uma grande revista. O caminho é encontrar as parcerias certas e, assim, gerar associações que tragam vantagens para ambas as partes. O tal do “sistema” não é vilão nessa história. Respeitando os próprios limites, tem espaço para todo mundo nesse jogo.

Assista também aos três primeiros episódios da série: “Da Rua para o Mundo”, “Ativismo urbano: as pessoas fazem a cidade” e “Lowsumerism”.

Continue acompanhando o projeto “Share Your_____” pelo UoD.

Semana que vem tem mais.

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