Share Your Music | Quanto vale a música?

O projeto “Share Your_____” está de volta. Durante o último mês vimos os vídeos “Da Rua para o Mundo”, “Ativismo urbano: as pessoas fazem a cidade”, “Lowsumerism”, “O novo business da música”, “Intervenções Urbanas” e “PROPÓSITO: Uma nova concepção de emprego”.

Os episódios abordam a economia criativa, através da história de pessoas que decidiram seguir caminhos diferentes do chamado “convencional” para construir e produzir de forma diferente. A série é um oferecimento da cerveja SOL em parceria com o Festival Path e a produtora LosBragas.

O vídeo deste post é sobre o valor da música. Veja:

https://www.youtube.com/watch?v=LCUquGJISh8&index=7&list=PL_YWbfkPIp8A83H4DlujXTmmV3HioInXf

A mudança mais significativa quando o assunto é a maneira com a qual nos relacionamos com as nossas formas de entretenimento é a inversão de prioridades. Se antes o que importava era ter posse – uma coleção de vinis, todos os CDs do seu artista preferido, uma estante de livros digna de biblioteca ou um acervo de DVDs que lembrasse as locadoras de bairro – hoje o objetivo número 1 é ter acesso, ou seja, ter a possibilidade de decidir que disco ouvir, que livro ler e que filme assistir a um clique, seja ele no computador, no tablet ou no celular.

A indústria da música foi uma das primeiras a ser desafiada a se reinventar diante dessa inversão de valores do seu público. Com o surgimento do MP3, esse mercado se desestruturou – da forma que era conhecido – e se viu obrigado a se adaptar diante dessa janela de novas possibilidades. A música digital revolucionou a capacidade de acesso e ditou uma nova realidade a artistas, produtores e fãs – estes, então, passaram a participar mais ativamente desse processo, pois ganharam um poder de curadoria antes dado apenas aos veículos de mídia e grandes gravadoras e passaram a ter papel importante na valorização e reconhecimento de um artista.

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Uma vez que os três braços dessa “cadeia” estão ativamente envolvidos – artistas, produtores e fãs – ficou claro que todos precisam agir para que o mundo da música digital não prejudique nenhuma das partes. Henrique Fares Leite, Head of Label Relations no Deezer, afirma não saber responder exatamente “qual é o valor da música”, mas que começaria essa resposta dizendo que, ao contrário do que parece, a música não é grátis. “O fã tem valor quando o assunto é a economia da música”, reforça. “Ele está envolvido no financiamento da gravação de novas músicas, nos shows, nas turnês.”.

A artista Letícia Novaes conta ter sido uma das primeiras a fazer crowdfunding no Brasil. À primeira vista, as pessoas ainda têm muito preconceito com essa forma de arrecadar dinheiro. Mas, no fundo, essa é uma maneira atual e correta de incentivar o artista. O equivalente ao que, antigamente, comprar o CD dele significava.

A palavra de ordem hoje é o streaming e o desafio é vê-lo como uma forma de estímulo para a cadeia produtiva e de entregar ao grande público a liberdade de acesso que ele tanto quer. Para Max Guimer, Business Development da Napster, isso é, sim, um desafio, porque os próprios envolvidos nesse mercado ainda estão com o pensamento lá atrás e não se aventuraram dentro desse novo universo cheio de possibilidades que a música digital trouxe. Até os artistas novos na cena musical chegam nela com a ideia de que lançar um CD e colocá-lo à venda ainda é o único caminho para se ganhar dinheiro fazendo música.

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Marina Amano, marketing digital na FS Produções artísticas – empresa, aliás, que está por trás dos artistas que hoje mais fazem sucesso no meio digital da música no Brasil e sabem se virar bem dentro desse mercado – explica que a chave é entender quais são as novas métricas importantes que hoje regem essa economia. Se antes eram os números de venda de CDs e DVDs, hoje o que importa são os dados de streaming e números de visualização.

Liberdade de acesso e participação ativa no processo musical para os fãs, possibilidade de chegar ao mundo inteiro e trabalhar de forma independente graças ao digital para os artistas e um novo caminho, agora cheio de opções para se destacar nesse meio, para os produtores. E o novo mundo da música, no fim das contas, não é assim tão complicado.

Assista também aos outros seis episódios da série:

. Video mapping – Intervenções Urbanas
. O novo business da música
. Lowsumerism
. Ativismo urbano – as pessoas fazem a cidade
. Da rua para o mundo
. PROPÓSITO: uma nova concepção de emprego

Continue acompanhando o projeto “Share Your_____” pelo UoD.

Semana que vem tem mais.

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