Para um novo modelo de agência: design, inovação e gente

Novo formato de agência é o tema do momento, onde muito se fala, e pouco se aplica. Talvez por isso eu tenha a tendência e desconfiar e até fugir de palestra que traz no título a promessa de entregar tal modelo. Porém, confesso: a R/GA deu um verdadeiro show no palco do Cannes Lions, nesta tarde.

O CEO, Bob Greenberg, começou o papo com fatos e números, com a intenção de nos lembrar sobre produtos e marcas, que até muito pouco tempo eram tratados como inovadores e que perderam grande parte de seu valor – GE, ExxonMobil e Citi foram ultrapassadas pela Apple, Google e Microsoft, por exemplo. A partir daí, o criativo entrou num paralelo com o modelo de agência, que teve inegável impacto, desde a chegada da Internet.

Com a palavra, Wacksman, que é o CSO da R/GA, afirmou que as agências passaram da fase de criar bons filmes para seus clientes e que hoje precisam ir muito além, englobando em seu escopo o diferencial de inovação. E aí é que começa o nosso grande desafio, porque sem conhecer muito bem o target de cada um dos nossos clientes, corremos o risco de criar ideias que podem ser legais, mas que não resolvem nada. Ou seja: não há real valor. Por isso, os dados são a grande moeda da nova era, porque é conhecimento, é entendimento e é o caminho para uma solução.

Ao deixar de lado a dependência da venda de espaço de mídia (o maior dos desafios), nosso foco deverá mirar mais as ideias e, para isso, nossas habilidades precisam ser cada vez mais plurais, para que possamos funcionar como consultores de marca, de canais, de approaches, de tecnologia e, claro: de design, além de sabermos contar histórias que os consumidores queiram contar, para que eles as repliquem, como esta campanha criada para a NFL:

https://www.youtube.com/watch?v=b-xScLIevw0

Os criativos também mostraram o case Nike on Demand para contextualizar a questão da inovação, com tecnologia:

Claro que nenhuma estrutura consegue mudar de uma hora para outra, mas é importante começar de algum ponto, desde o investimento em estruturas e ferramentas que facilitem o trabalho, além da atração e retenção de profissionais apaixonados e habilidades complementares, que juntos possam ter a ideia e o mais importante: tirá-las do papel.

Por fim, a mensagem reforçada sobre a importância do design, já que sua potência é capaz de transformar coisas complicadas em mensagens simplificadas.


snigted

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